AVANÇOS E RECUOS NO GOSPEL NACIONAL: OLHANDO PARA OS DEZ FATORES QUE RETARDAM O AVANÇO DA INDÚSTRIA GOSPEL MOÇAMBICANO
AVANÇOS E RECUOS NO GOSPEL NACIONAL: OLHANDO PARA OS DEZ FATORES QUE RETARDAM O AVANÇO DA INDÚSTRIA GOSPEL MOÇAMBICANO
Pastor e teólogo Albino Manguene
De acordo com Cudjo e (1953, p. 280) APUD Onyebadi (2018) “a música tem um lugar importante na vida social do povo. Não há atividade que não tenha música própria: A música acompanha as ocasiões religiosas, festivas e cerimoniais.”
A música gospel ou evangélica, esta tem uma grande relevância, visto que influência a vida espiritual do indivíduo, eleva a sua fé, estimula a esperança, plena confiança e dependência em Deus.
Em Moçambique, a música gospel está num grande dilema, entre avanços e recuos, queremos analisar dez possíveis empecilhos que retardam o avanço da Indústria Gospel moçambicano.
1. Elitismo.
Elitismo trata-se de destaque de um grupo em deferimento de uma maioria, um grupo que beneficia-se de oportunidades radiofónico, televisivos e de participação em concerto gospel.
2. Clivagens.
Clivagens são evidenciadas pela existência de grupos ou união entre músicos que cantam mesmo ritmo musical, exemplo: dos que cantam hip hop gospel, ritmo sul africano e etc.., ou seja, os músicos vão se ajuntando e unindo-se em função das características rítmicas das suas músicas.
3. Falta de uma Associação que funciona.
Uma associação traz o sentido de união ou de coletividade, onde todos que cantam gospel independentemente do ritmo estariam associados e lutando para o mesmo fim, o progresso da música gospel, não me refiro a uma associação de fantochada, sem agenda clara, sem propósito e inativa, mas sim uma Associação que funciona de facto, com uma máquina administrativa capaz de dinamizar a indústria gospel, capaz de refletir e por o gospel no topo e rentável como nos EUA, Brasil, Inglaterra, Nigéria, Zimbábue, África do Sul entre outros.
4. Desvalorização.
Esse é o outro obstáculo para indústria gospel em Moçambique, desvalorização me refiro:
· Desinteresse da maioria dos Evangélicos em participar de concertos gospel pagando os ingressos, comprando os CDS e as respectivas músicas, bem como cantar durante os cultos música feita pelo moçambicanos, nos cultos só ouvimos 99% de composições estrangeiras e por vezes 1% de composições nacionais;
· Pastores e igrejas não apoiam, não divulgam nem incentivam o consumo da música gospel nacional;
5. O localismo.
Das poucas vezes que há valorização da música gospel nacional nota-se um localismo, As igrejas evangélicas não convidam durante seus cultos, conferências, seminários, congressos e convenções os músicos nacionais de outras igrejas ou denominações trabalham apenas com corais locais, enquanto prevalecer o localismo não temos como sonhar com uma indústria gospel, porque para ela surgir é necessário que se tenham em mente que independente da denominação, basta a música gospel ter uma mensagem Cristocentrica vai produzir edificação.
6. Falta de um empresariado que acredite, invista e ou apoie a música gospel.
A música gospel tem mercado, mas para tal é preciso que haja um investimento, não há crescimento sem investimento, todo crescimento é resultado de um investimento, a partir do momento que os empresários principalmente os evangélicos acreditarem e investir no Gospel verão que tem sim mercado, patrocinando eventos da música gospel, investindo em estúdios, produtores, vídeo makers focados no Gospel e agenciamento dos músicos.
7. Falta de Promotores de Eventos da música gospel.
Em Moçambique temos vários “micro-promotores de eventos”, muitos deles sem grande capacidade financeira e com uma estrutura administrativa deficiente decorrente da sua incapacidade financeira e de organização, as duas que podemos considerar “macro-promotores de eventos “ seriam a Lanfotain e a Holy Nation os únicos com capacidades de organizar mega eventos porém encontram se relaxados e quase que desinteressados. Falta mais empenho e levarem a sério os seus projetos.
8. Ausência de Editoras vocacionadas para música gospel.
Quanto as editoras em parte afecta a música secular, mas no que diz respeito a música gospel seria mais valia haver editoras focadas na música gospel, isso ia permitir o fortalecimento da indústria gospel em Moçambique.
9. Agências para agenciamento de músicos que cantam gospel.
Em Brasil temos MK Music e tantas outras, África do Sul temos Sony Music que inclui música secular e grande maioria da música gospel, em Moçambique são necessárias agências como essas para cuidar da carreira do artista, cuidarem dos aspectos discográficos e descobrir novos talentos.
10. Falta de incentivos.
Se pagássemos o artista pela sua actuação quer nos concertos ou nos eventos religiosos, isso não só permitia melhorias da sua vida mas sim daria lhe possibilidades de continuar a investir na música gospel e permitindo a consolidação da música gospel nacional, através da qualidade, qualidade pressupõe gravar no estúdio com melhores condições e geralmente esses estúdios são onerosos.
#Gospelmahungu
Pelo progresso do gospel
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